Biografia de Janelle Monáe
Janelle Monáe Robinson nasceu em Kansas City, no coração do conservadorismo americano, mas cresceu em Nova York. Estudou na American Academy of Dramatic Arts com o sonho de tornar-se atriz. Mas a música falou mais alto e ela mudou-se para Atlanta, na Georgia, onde criou com mais dois amigos um selo independente chamado The Wondaland Arts Society. Foi também em Atlanta que ela conheceu Big Boi, da banda Outkast, que a convidou para participar de um disco da banda e também apresentou-a ao rapper Puff Daddy. Com isto, Janelle ganhou um acento hip hop e mudou de selo musical, agora na Bad Boys Records, ao lado de nomes como Mary J. Blige e Notorious Big.
O que faltava? Desevolver um estilo próprio de performance e caprichar na produção visual, especialmente nos clips. Foi o que aconteceu com "The Archandroid", sobretudo com a canção de trabalho "Tightrope", que tem participação de Big Boi. O disco é todo ritmado entre o soul, o funk e o hip hop, mas Janelle Monáe resgata nos instrumentos de sopro o que há de mais tradicional nas bandas do gênero, sem jamais abrir mão dos efeitos eletrônicos, na medida precisa. Os seus dois discos têm letras narrativas, que contam histórias e investam personagens. Ela se apresenta sempre de smoking, com um cabelo preso em forma de topete, na tradição das antigas bandas do começo do jazz, de Louis Armstrong. Mas a mistura musical, que tem sido chamada nos meios novaiorquinos de "rockabilly afrofuturista", tem balanço pop, como se fosse uma produção de Steve Wonder para Michael Jackson.
Em "Metropolis", ela inventou uma androide chamada Cindi Mayweather, que acha estranhos os hábitos humanos, mas que se apaixona por um deles, Anthony Greendown. A citação de filme de Fritz Lang aparece nos clips de Janelle. Em "The Archandroid", ela continua a história da android, que agora tenta parecer humana e aproximar-se dos humanos. E deste disco, o video de "Tightrope" se passa num hospício, em que os loucos, para contornar a pesada medicação, conectam-se pela música e pela dança, absolutamente irresistíveis, e a letra fala em como equilibrar-se numa corda bamba, assim como os passos coreográficos, "não importa se você está por cim ou baixo":