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Potro Pagão

Jacó e Jacozinho

A muito tempo, meu avô sempre contava
Quando ele trabalhava prum ricaço valentão
Naquelas bandas não existia cremência,
Onde a lei da violência, imperava no sertão.
Disse que um dia viu um moço amarrado
Pelo campo arrastado por um potro redomão,
Naquela serra onde a lei é do mais forte
Onde o fraco encontra a morte sem direito apelação.

I

Aquele moço tava sendo castigado
Só porque Rosa do Prado, a esposa do patrão,
Gostava dele e o rapaz não deu confiança
E a malvada por vingança, ao marido disse então:
- Seu empregado me faltou com o respeito,
Quero ver este sujeito receber a punição.
Por mais que ele jurasse não ser culpado
Morreu sendo arrastado, naquele animal pagão.

II

No mesmo dia quando o potro voltava
Já mais nada ele arrastava, pois não tinha mais ninguém
Ao ver seu dono, parece que até dizia
Logo vai chegar o dia de arrastar você também.
E como prova que o destino é justiceiro
Certo dia o fazendeiro teve a merecida queda,
Levou um tombo, no estribo ficou enroscado
Pelo chão foi arrastado, pagou com a mesma moeda.

III

Rosa do Prado vendo o patrão caído
Foi socorrer o marido, mas a sorte foi fatal
Por um castigo sua hora foi chegada
Também morreu esmagada, pelas patas do animal
Não há gigante neste mundo que não tema,
Nem montanha que não trema, ante a lei do Redentor
Qualquer tormenta no oceano se consome,
Quando alguém chamar o nome de Jesus Nosso Senhor.

IV

Composição: Léo Canhoto/jacozinho





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