Os prazeres que eu tinha não diminuiu
Eu fui numa festa num lugar baixiu
Na minha chegada que o povo me viu
Soltaram rojão, pro ar explodiu
As moças bonitas na sala saiu
Passou por nós dois, pisando macio
Sapatinho novo no pisar ringiu...
Vendo moça bonita, das feia eu desvio
O meu coração quase repartiu
Tem gente que fala violeiro é vadio
Essa carapuça pra mim não serviu...
Eu entrei no salão, o povo aplaudiu
Peguei na viola e as cordas tiniu
Meu peito cantou e nunca mentiu
O meu companheiro que me garantiu
Cantei moda nova que ninguém não viu
Era um dia de geada, o gelo caiu
Eu passei a noite me dando arrepiu...
Os velhos da fogueira que não resistiu
Beberam quentão, a idéia fugiu
No fim houve briga ninguém acudiu
Tudo aquilo era pra esquentar o frio...
Os velhos de fogo perderam o brio
Um velho xingou, outro arrepeliu
Brigaram no tapa, orelha zuniu
O povo da festa na hora se abriu
Os velhos brigava naquele feitiu
Pulando pra cima que nem dois tiziu
Na arma de fogo ninguém não boliu...
Foi no pé e no tapa que a briga seguiu
Os velhos na roda virou corropiu
Pra cima de mim a briga investiu
Eu pulei a cerca a viola caiu...
Chegou a Policia fazendo psiu
O povo quietou e não deram um pio
Um velho ficou, o outro sumiu
Com a voz de prisão ele reagiu...
Lutava bastante, não escapoliu
Borracha cantou de fio a paviu
Amarraram o velho com forte marrio
A velha do velho quase recaiu
O meu companheiro se atirou no rio
A Policia deixou o terreiro vazio
Acabaram com a festa e o meu desafio...