Uma lágrima lógica borra a palavra flácida
Depois do amor feito máquina
Se tropeça na pressa, se tortura na espera
Porque nunca será
O que não quer evitar
Há um som no subúrbio das dores sem lar
Pra lhe acalentar,
Há um mar de mercúrio no deserto do andar
E o seu edifício não quer lhe mostrar
Que juízo farão de você
Que juízo farão do seu par
Quando o sentimento mutila o prazer
E a esperança se põe a cantar?
Que medida terão do teu ser
Que medida terão do luar
Quando o corpo renega o querer
E à noite, deplora a chorar?
Se o desejo é sólido
E o veneno é pródigo,
O distante é próximo.
Pode gargalhar
Pode escarrar
Uma febre bêbada bebe seu naufrágio
Depois do amor feito plágio,
Se sangra na seda, se vende com ágio
Mas é labareda sob a tempestade
Se sobe à cabeça, pede que lhe esqueça
Só quer ser vitrine no chão da cidade
Uma lágrima lógica cora a palavra flácida
Depois do amor feito mágica
Que juízo farão de você
Que juízo farão do seu par
Quando o sentimento mutila o prazer
E a esperança se põe a cantar?