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Morrer aos 18

Inocentes

18 Anos e estou num mundo estranho
18 Anos e estou numa instituição
A hierarquia e a disciplina
Gritam tão alto em nossos ouvidos
Que nossas ideais de jovem se tornam sussurros

18 Anos e estamos servindo
Servindo pra usar uma farda
Servindo pra limpar um fuzil
Servindo para obedecer ordens
Quem não vive para servir
Não serve para viver

Não podemos nos mexer
Temos que andar no mesmo passo
A arma dos fuzis cruzados
Exige o peito bem estufado
Vibração e orgulho por ser um convocado

A dor que sinto
Que eu sinto
Ser humilhado e ficar em silencio
Ser castrado e não poder gritar
Ser militar, ser militar

Abandonado a uma guarita
Com um fuzil de companhia
Como o cérbero guardando o inferno
A hora não passa, a noite e longa
E o amanha não chega

A segurança esta na minha mão
Armas de fogo estão em nossas mãos
Nos tornaremos marionetes bélicas
Não precisamos de uma guerra para morrer
Junto com nosso ódio falecemos

Não somos nossos, nem de nossos pais
Agora somos filhos da mãe pátria
E cantamos a canção de Bilac
Que diz pra sentir prazer no penar
E a morte desprezar

A dor que sinto
Que eu sinto
Ser humilhado e ficar em silencio
Ser castrado e não poder gritar
Ser militar, ser militar

Composição: André Costa





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