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Faminto

Inocentes

Fome, tenho muita fome
Não há nada que eu não possa comer
Nada é grande o bastante para me satisfazer
Minha imagem no espelho há muito eu já comi
A noite eu devorei só, só para não ter que dormir

Eu estou faminto
Faminto (x2)

Eu como poesia, alegria, prazer e agonia
Comi o rádio, telefone e a tv
É que não há nada que eu não possa mastigar
Não há nada que eu não possa devorar

Raças, crenças, ideologias, religiões
Eu como tudo, dentes, corações
Morte eu devorei
Não tenho raiva nem rancor
eu preencho o vazio devorando a dor
Fábricas, máquinas, há tanta coisa pra se comer
Devoro, devoro-me, devoro você

Eu estou faminto
Faminto (x2)






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