De manhã cedo
Num lugar todo enfeitado
Nóis ficava amontoado
Pra esperá os compradô
Depois passava
Pela frente do palanque
Afincado ao pé do tanque
Que chamava bebedô
E nesse dia minha véia
Foi comprada
Numa leva asseparada
Prum Sinhô mocinho ainda
Minha véinha
Que era a frô dos cativeiros
Foi inté mãe do Terreiro
Da família dos Cambinda
No memo dia em que levaro minha preta
Me botaro nas grilheta
Que é pru mó de eu não fugi
E desde então o preto véio percurô
Ficou véio como eu tô
Mas como é grande esse Brasil
E quando veio de Isabel as alforria
Percurei mais quinze dias
Mas a vista me fartô
Só peço agora que me leve Sá Isabel
Quero ver se tá no céu, minha véia, meu amô...