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a Moda Da Pinga

Inezita Barroso

Co'a marvada pinga é que eu me atrapaio
eu entro na venda e já dou me taio
pego no copo e dali num saio
ali memo eu bebo, ali memo eu caio
só pra carregá é que eu do trabaio, oi lai

venho da cidade, já venho cantando
trago um garrafão que venho chupando
venho pros caminho, venho trupicano
chifrano os barranco, venho cambeteano
no lugá que eu caio, já fico roncando, oi lai

o marido me disse, ele me falô
largue de bebê, peço por favô
prosa de home, nunca dei valô
bebo com sór quente pra esfriá o calô
e bebo de noite pra fazê suadô, oi lai

pego o garrafão e já balanceio
que é pra mór de vê se tá memo cheio
não bebo de veiz porque acho feio
no primeiro górpe chego inté no meio
no segundo trago é que eu desvazeio, oi lai

cada vez que eu caio, caio deferente
miaço pra traz e caio pra frente
caio devagá, caio derrepente
vô de corrupio, vô deretamente
mas sendo de pinga eu caio contente, oi lai

eu fui numa festa no rio tietê
eu la fui chegando no amanhecê
já me dero pinga pra mim bebê
tava sem fervê

eu bebi demais e fiquei mamada
eu cai no chão e fiquei deitada
aí eu fui pra casa de braço dado
oi de braço dado com dois sordado
(ai, muito obrigado).

Composição: Ochelsis Laureano e Raul Torres





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