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Filho da Pampa

Iedo Silva

Oigale-te vento norte vai chover já ta com jeito
Meu chapéu entorta a aba e o lenço bate no peito
Tostado trocando orelha bate casco estrada a fora
Vou escutando o tinido das rosetas das esporas

Nasci no berço da pampa e a querência me criou
O tempo me fez gaúcho e o Rio Grande me adotou

Tenho dois cachorro amigo e meu tostado de raça
Arranquei guampa de touro num golpe de doze braças
Já amansei potro de em pelo, já pelei e já fiz de tudo
Sou grosso por natureza que nem soveu cabeludo.

O lombo de um aporreado me embalou quando guri
Foi no colégio do mundo onde estudei e cresci
Num corcovear de vanera aprendi ser bailador
Chora na orelha da china numa carteada de amor.

Nesta jornada baguala o tempo é meu companheiro
Me vou cruzando horizonte e o destino é meu ponteiro
No pensamento um sinuelo apontando o rumo certo
Onde minha tropa de sonhos vai pastar num campo aberto

Composição: Iedo Cruz da Silva/Joao Fortunato Nunes Reis





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