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Tropilha Caborteira

Henrique Abero

Pingos de casco groseados, cola acima do garrão
Destopeteados e tosados, conforme gosta o patrão
Olhando a eguada que passa, tranqueando pela porteira
Eu lembro que esta tropilha já foi maula e caborteira

Esta cavalhada gorda, que vai baixando no cerro
Na frente é uma gateada que bate forte o cincerro
Era xucra mas tá mansa, prenda o grito, companheiro
Dê-lhe boca, "floxa" a ponta, que ali no mais é o potreiro

Este rosilho, prateado da cabeça colorada,
Berrava tampeando a cara, desd'a mangueira à inverna
A picaça crioula pura foi uma das mais "veiaca"
Recomenda o capataz, deu buena e solta de pata!

Aquele baio sebruno que era veiaco e sestroso
Com quatro ou cinco galopes eu fui com ele no povo
Os dois cuiudos chilenos saíram de pechar touro
Pode entrega pra o collares que vai pra o freio de ouro

Estas quatro moura negras, eu golpeei bem de rendilha
O tostado é doce de boca, ligeira é esta doradilha
Faltou a lobuna louca, que se bolcou numa estronca
Saquei as garrão de potro e trouxe comigo a lonca

O pangaré malacara de curnio carunchado
Era redomão bulido, deixei o pingo domado
A linda égua tubiana, quase me atorou os arreio
Mas ficou de cortar o rastro, sem tocar na aba do freio

Hoje entrego a tropilha toda mansa e de confiança
Para empurrar o rio grande nos serviços das estâncias
Vou repassar um por um e volver todas estas léguas
Pois me espera na querência mais outro lote de égua (2x)

Composição: Henrique Abero Sa/Luis Andre da Silva Oliveira





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