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E Quem És Tu

Hélio Matheus

E quem és tu,
Orgulho louco de teus vinte anos,
Que longe desses meus quarenta anos,
Se ilude sem saber que nesta idade,
Quase todos, vão buscando paz,

E quem és tu,
Que gostas de só me fazer carinho,
E um dia me chamaste, "papaizinho",
De noite em vez de homem, sou tão menino,
Tenho chorado, tanto em meus sonhos.

E quem és tu,
És amor que nessa minha idade mata,
O mesmo amor que agora só te encanta,
E aos quarenta já não há mais tempo,
Não se enamora, não vive mais,
Não vive mais.

E quem és tu,
Que tudo pedes e em troca, nada tu me dás,
Se cruelmente um dia, partirás,
Com a inconsciência própria da tua idade,
E então, vida minha, não entenderás,
Não entenderás.






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