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O Caçador

Guilherme e Eduardo

Vida de um caçador é um viver gozado
Naquele sertão pra quem é inclinado
Anta e Cateto tem pra todo lado
Naquelas montanhas lugar cultivado,
De besta trançando, de rastro de veado
Domingo e dia santo eu fico animado
Eu trelo os cachorros e apronto o virado
E toco a buzina meio arrepicado,
É cachorro que uiva na trela amarrado.

Eu saio cedinho, bem de madrugada
Deixo rastro fresco na areia molhada
Eu solto os cachorros e vou pra cilada
A minha espingarda já está preparada,
Com bucha de cera e bem carregada
Escuto o tropé da minha cãozada
O bicho levanta, vem na disparada
Mateiro amarelo no pula picado
Eu atiro ele cai bem no meio da estrada.

A buzina é metal, do bocal arcado
Patrona de couro de tigre pintado
Espingarda vinte e oito do cano troxado
Facão jacaré bem embainhado,
Cavalo Pitico hoje vai lotado
Tenho no arreio dois tentos engraxados
Ponho na garupa vem atravessado
O Petiço traz o mateiro amarrado,
Vem pingando sangue onde foi chumbado.

Eu toco a buzina, chamando a cãozada , ai ai
Chega de um a um é o final da caçada, ai ai






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