Faz muitos anos que eu guapeio essa cordeona
Talvez, por isso, tô com o braço calejado
Tenho costume de, quando me abraço nela
Só se largamo' depois que eu tô encharcado
Tenho costume de, quando me abraço nela
Só se largamo' depois que eu tô encharcado
Num fandangaço desses de tremer o galpão
Cordeona véia' debruçada na minha perna
Prendo-lhe um grito, igual o meu pai dizia
Fandango assim, se melhorar, vira baderna!
Prendo-lhe um grito, igual o meu pai dizia
-Fandango assim, se melhorar, vira baderna!
E a gurizada que vem estudando gaita
Não vá pensando que é fácil a missão
Se não tiver nas veia' o sangue de gaiteiro
Em pouco tempo, larga a cordeona de mão
Se não tiver nas veia' o sangue de gaiteiro
Em pouco tempo, larga a cordeona de mão
Vou gauderiando por este mundão de Deus
De pulso firme com a alma redomona
Cantando versos de ternura e gauchismo
Entusiasmado por detrás desta cordeona
Cantando versos de ternura e gauchismo
Entusiasmado por detrás desta cordeona
É bem assim que vou traçando o meu destino
Com a gaita velha, vou desvendando segredos
E como diz o meu amigo Porca Véia
-Gaiteiro bom tem alma na ponta dos dedos!
E como diz o meu amigo Porca Véia
-Gaiteiro bom tem alma na ponta dos dedos!