Kawó Kabiesilé Xangô
Ora Yê Yê, Mamãe Oxum do ouro
São João Batista que me batizou
É o protetor da minha Viradouro
Viradouro no couro do tambor
Pediu a Oxum e Xangô (Ora Yê, Yê, Kawô)
E a Olodumaré, no Ifé
Que o africano caminheiro
Desça em solo brasileiro
Pra falar da Luz de Nazaré
O porta-voz da harmonia e da paz
O mensageiro dos Orixás
Enfim, já baixou na aldeia
Que Aparecida clareia
Com a benção do Cristo Redentor
E a Sapucaí incendeia
Na chama da sua candeia incorporou
Meu nome é Alabê de Jerusalém
Voltei a Terra pra matar saudade
Vim falar de amor
De tolerância e igualdade
Cruzei Egito, Roma e Judeia
Amei Judith, a flor de Cesareia
O Rei dos reis que conheci se espanta
E chora com essa guerra santa
Que sangra esse planeta azul
Óh meu Brasil
Cuidado com a intolerância
Tu és a pátria da esperança
À luz do Cruzeiro do Sul
Um país que tem coroa assim tão forte
Não pode abusar da sorte
Que lhe dedicou Olorum