De fato, eu sou do nordeste
Sou cabra da peste
Castigo legal meu baião
Eu tenho o crânio achatado
Sotaque arratado, nasci no sertão
Acontece que eu sou diferente
De toda essa gente, não sou valentão
Eu não sou de briga, não conto vantagem
Não tenho coragem de dar num anão
Não uso peixeira, nem faço arruaça
Não tomo cachaça, nem acabo forró
Não sei dar pernada, nem "rabo de arraia"
Só uso navaia pra rapá meu gogó
Se pisam no meu calo, eu não digo nada
Até dou risada para o cidadão
Pra encurtar conversa, olha aqui meu camarada
Te juro! Não sou de nada
Só canto baião
...Ai, ai, ai o velho meu pai sempre me dizia:
Toma cuidado, vagabundo não tem vez!
Olha que estupidez, não é valentia...