Viola que conta a historia de peões e boiadas
Parceira que marcou presença em minha serenata
Viola que canta a relva e o pó da estrada
Viola tu sozinha pra mim tu és uma grande orquestra
Viola raiz sertaneja, sem ti não sou nada
E as cordas de minha garganta sem você não falam
Viola das festas caipiras e mansões afamadas
E suas cordas ganhei meu espaço e venci a jornada.
Viola eu só lhe agradeço o que sou hoje em dia
E você que afoga as magoas quando estou triste
Viola você é a montanha que o vento judia
Igual cerne de aroeira que o tempo resiste.
Viola ensinou-me que a morte faz parte da vida
Viola foi quase esquecida por filhos ingratos
Viola que trouxe pra muitos o nome e riqueza
Em troca estão te deixando no esquecimento.
Viola que canta o choro do manso regato
Viola que perde um filho e outro adota
Viola será infinito esse meu relato
Viola que chora inocente a quem lhe da as costas.