(Verso)
Parece que estou ouvindo por aqui uma canção.
É o que minha mãe cantava, lá onde nóis morava, pra alegrar o coração.
Por isso eu peço licença, pra que em vossas presença eu possa desabafar.
Na festa que comemora, aquela que todos adora, que é a rainha do lar.
Nóis também lá no sertão faz a comemoração dessa data tão querida.
Que é de nossa mãezinha, que pegava nossa mãozinha e guiava os primeiros passos da vida.
Mãe, porque santa palavra que até Jesus pronunciava com tanta felicidade.
Mãe merece adoração, seja lá no meu sertão ou seja aqui na cidade.
Nóis morava lá na roça, lá nóis tem nossa palhoça que hoje vive abandonada.
Lá viveu nossa mãezinha que apesar de pobrezinha sempre foi resignada.
Lutou pra criar os filhinhos sempre com tanto carinho gostava de assim falar: "Filhinho tenha cuidado, seja humilde e educado com todos que encontrar".
Quantas noites ela passava que nem na cama deitava, passava a noite à meu lado: "Meu filho tá delirando, será que ele está sonhando ou está adoentado".
Sempre uma preocupação apertava o coração da minha velha querida.
Veja que amor mais puro, pelo filho eu até juro que a mãe dá a própria vida.
Mas um dia, meus amigos, lágrimas vem quando eu digo isso que me aconteceu.
Chegaram pra mim falando: "Caboclo estão te chamando, sua mãezinha morreu".
Senti um nó na garganta, minha tristeza foi tanta que nem podia falar.
Por mais que eu imaginasse, em tudo aquilo pensasse, não podia acreditar.
Quando vi minha mãezinha, aquela santa velhinha deitada sobre o caixão.
Pensei: "Deus de caridade, vós que é poder e bondade dai a nós consolação".
Por isso eu quero eu quero falar, quem tem mãe deve adorar, não a maltrate jamais.
Por que quando ela morrer, aí é que o filho vê.
A falta que a mãe faz.