Esta figueira, meus amigos fica na esquina o Forte com a Assis Brasil.
Figueira, como é que pode
Estares modificada?
E vejo assim tão cercada
De casas de moradia
Onde estão as ferrarias
Do Carlo e do Zeca Paiva
Francamente eu tenho raiva
De não ver mais quem eu via.
Figueira faz tanto tempo
Que eu estava retirado
Aqui deixei meu passado
E hoje venho à procura
Só não vejo as criatura
Que eu vi e sou testemunha
Pegando cavalo a unha
Para porem a ferradura.
Declamado
Passavam tropas e tropas pelo passo da mangueira
E na estrada da pedreira pouco adiante do boeirinho
O matador assassino e as facas carneadeiras
Parece até brincadeira que o tempo modificou
Que fim será que levou teus velhos dono, figueira?
Eu tenho até que teus donos há anos já faleceram
E os herdantes venderam para outros seus direitos
Ficaste assim desse jeito cercada de vizinhança
Que fim levou as crianças e aquelas moça tão lindas?
Recordo de tudo ainda e não me sai da lembrança.
Quem tu eras, quem tu és, oh figueira bonitona.
Zeca Paiva era o teu dono, a dona Alzira tua dona
Quantas vezes em tua sombra churrasquiei, toquei sanfona
E a evolução por vaidade, transformou tudo em cidade, passou a ser cidadona.
Se eu pudesse eu te mudava
Pra um lugar de campo aberto
Para sentires de perto
As coisas de antigamente
Tu com toda essa beleza
E esse estranho ambiente
Não podes viver contente
Distante da natureza.
É isso mesmo figueira, tu és a recordação do meu velho passado.
Vamo encerrar gaiteiro!