Flor pequenina e frágil a vagar
Sem destino, sem afeto, sem um lar
Disputando com outros restos de mesa e fruta estragada
E o que recusavam os ricos a gente recatada
Assim vivo eu nas sarjetas, nas esquinas
As vezes estendo essas mãos pequeninas
Imploro uma ajuda, uma esmola
E as vezes não tenho esperança
Sou abandonado e carente, sou criança
Mas sei que cuidando dos passarinhos existe um Deus
Ele assiste, ele olha com amor
Mas sei que cuidando dos passarinhos, meu senhor
Com seu amor sem fim, cuida de mim
Meus pés calejados, seu triste caminho a mim
Nunca fui a escola e não sei o que é ter família
Em carrocerias, estribos de bondes, eu vivo carona pegando
A febre me assalta, o remédio está me faltando
Mão cheias de anéis de fé, são tão rudes de avareza
Me enxotam, me batem, mas o que me dá mais tristeza
Não é recusar a me ajudar, não é dizer que não tem
É o fato de não aceitarem que sou humano também
Mas sei que cuidando dos passarinhos existe um Deus
Ele assiste, ele olha com amor
Mas sei que cuidando dos passarinhos, meu senhor
Com seu amor sem fim, cuida de mim
Essa canção eu não fiz pra comover você
Mas para abrir teus olhos e você entender
Ó cristão, atentai ao apelo divino e olhai para elas
Leve Jesus às crianças nos cortiços das favelas
Irmãos, irmãs, as crianças não neguem a Jesus
Leve junto o carinho, afeto e um pouco de luz
Seja aquela que ajuda, não seja o que cruza os seus braços e senta
Pois o senhor vais ouvir um dia essa sentença
Mas sei que cuidando dos passarinhos existe um Deus
Ele assiste, ele olha com amor
Mas sei que cuidando dos passarinhos existe um Deus
Com seu amor sem fim, cuida de mim
Com seu amor sem fim, cuida de mim