Eu já não posso mais
A minha vida não é brincadeira, é
Estou me desmilinguindo
Igual a sabão na mão de lavadeira
Se ele ficasse em casa
Ouvia a vizinhança toda falando
Só por me ver lá no tanque, lesco, lesco
Lesco, lesco, me acabando.
Se eu lhe arranjo trabalho
Ele vai de manhã
De tarde, pede a conta
Eu já estou cansada de dar
Murro, em faca de ponta
Ele disse pra mim
Que está esperando ser Presidente
(tirar patente)
Do Sindicato dos Inimigos do Batente
(ai, ai, meu Deus)
Ele dá muita sorte
É um moreno forte
Ele é mesmo um atleta
Mas tem um grande defeito
Ele diz que é poeta
Ele tem muita bossa e compôs um samba
E quer abafar, é de amargar
Não posso mais
Não me dá forra, vou desguia