João pantaleão / G.da Fronteira / Jorge A. Motta
Vanerão
La vem o caco fronteira cruzando o Rio Uruguai
Gaudério contrabandista herança do velho pai
Vem com sua mala da garupa por baixo do bichará
Contrabandiando farinha das castelhanos pra cá
La pelas tantas a costeira cercava o caco de jeito
E o comandante gritava pra sua guarda de respeito
Vamos lá seus milicianos puxem o saibre da bainha
E furem o saco do caco vamos ver se sai farinha.
Era aquele pega-pega toda guarda atrás do caco
E o caco pra não ser preso corria arrastando o saco
Pega a caco, fura o saco que hoje o caco se enleia
Fura o saco, pega o caco
Se tem farinha no saco finca o caco na cadeia.
E quando soltaram a caco lá no presídio do povo
Com outros sacos nas costas lá vinha o caco de novo
Cruzava o Uruguai a nado no jeito que o diabo gosta
Se esquivando da milícia com aquele saco nas costas
Quanta gente tinha pena da vida bruta do caco
Que já nadava carcundo de tanto peso no saco
Assim o caco vivia contrabandiando farinha
Não tinha quem não quisesse o saco que o caco tinha.