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Biografia de Gastão Viana

Gastão Escolástico Viana
1900 Rio de Janeiro, RJ
8/7/1959 Rio de Janeiro, RJ

Era filho do músico Juca Kallut, considerado um dos grandes chorões da Velha Guarda e um dos fundadores do choro carioca. Em 1959, por ocasião de seu falecimento assim noticiou o jornal O Globo: "Acometido por uma crise cardíaca faleceu, na sede da União Brasileira de Compositores, o conhecido compositor Gastão Viana. Chegara ele àquela entidade pouco antes das 12h, como fazia mensalmente, para receber direitos autorais. Conversava com amigos quando, de súbito, pediu licença para sentar-se, dizendo que estava passando mal. Dirigentes da associação pediram o comparecimento de uma ambulância, mas nada mais foi possível fazer. Quando o médico chegou, o compositor já havia falecido. Gastão Escolástico Viana, morreu aos 59 anos de idade. Fundador da União Brasileira de Compositores, ele criou vários sucessos, como "Macaco, olha teu rabo", "Moça bonita", "Coitadinha da Cecília", "Cabelo branco não é velhice" e "Cidade romance".

Começou a carreia artística no começo da década de 1930 convivendo com astros como Pixinguinha e Benedito Lacerda. Em 1931, gravou na Columbia com o Grupo Agrião com Espinha os sambas "Raiado", com Pixinguinha, e "Recordações", de João Castilho e José P. Jesus. No carnaval de 1932, foi parcerio de Benedito Lacerda na marcha "Macaco olha o teu rabo". No mesmo ano, Murilo Caldas gravou o samba "Adeus morena", o conjunto Tupi as macumbas "Mironga de moça branca", com J. B. de Carvalho, e "No terreiro de Alibibi", com Pixinguinha, e Jaime Vogeler, registrou a marcha "Vai haver o diabo", com Benedito Lacerda, esta última, feita especialmente para o Clube Carnavalesco Tenetes do Diabo, do qual se tornou uma espécie de hino. No ano seguinte, seu samba "Que doce é esse?", com Benedito Lacerda foi gravado na Victor por Patrício Teixeira, e a marcha "Crioula só por necessidade", com Benedito Lacerda, foi lançada na Columbia pelos Irmãos Tapajós, além dos sambas "Morena meu amor", com Benedito Lacerda, e "Tu és bela", gravados por João Petra de Barros na Odeon. Ainda em 1933, teve o samba "Cinco partes principais do mundo", e a marcha "Loura queridinha", ambas com Benedito Lacerda, gravadas na Odeon pela dupla Castro Barbosa e Jonjoca. Em 1934, teve o samba "Como é belo", com Pereira Filho, gravado na Odeon pela dupla Preto e Branco. Duas composições feitas em parceria com Pixinguinha foram gravadas na Victor pelo cantor Patrício Teixeira em 1938: o lundu "Yaô africano", e o samba-jongo "Mulata baiana". No mesmo ano, o Trio de Ouro registrou na Odeon o samba "Adeus Estácio!", parceria com Benedito Lacerda.

Em 1941,o lundu-africano "Uma festa de Nanan", parceria com Pixinguinha, foi gravado por Patrício Teixeira, e o samba "Mulato bonito", com Oduvaldo Lacerda, foi lançado pela cantora Marilu, ambos na Victor. Na mesma gravadora, Moreira da Silva registrou o samba "Mendigo de amor", com Oduvaldo Lacerda. Ainda nesse ano, duas parcerias com Benedito Lacerda foram gravadas por Rosina Pagã na Columbia: o samba "Tem que me dar, dá logo", e a marcha "As aparências enganam", e uma terceira, a batucada "Baianinha", foi gravada por Nelson Gonçalves na Victor. Ainda em 1941, Francisco Alves lançou pela Odeon o samba "Vivo bem na minha terra", parceria com Jorge Faraj, dentro do espírito de exaltação patriótica comum na época. Em 1942, fez com Mário Rossi a marcha "Flor morena", gravada por Carlos Galhardo; com Aldo Cabral, a batucada "Ioiô das mulheres", registrada por Marilu, e com Arlindo Marques Jr o samba "Maluquinha pra dançar", levado à cera na voz de Cyro Monteiro, as três na Victor, além do samba "Põe a mão na consciência", com Benedito Lacerda, registrado por Nelson Gonçalves, também na Victor. Nesse ano, teve o samba "Vem surgindo a Avenida", com Benedito Lacerda, gravado em dueto por Cyro Monteiro e Nelson Gonçalves, e o samba "O sorriso de Paulinho", com Mário Rossi, gravado com sucesso por Isaura Garcia. Em 1943, o samba "Coitadinha da Sicília", com Benedito Lacerda, e a marcha "Reco-reco", com Mário Rossi, foram lançadas por Carlos Galhardo, na Victor, e o samba "Baiana bonita", com Benedito Lacerda, foi gravado pelo grupo Quatro Ases e Um Coringa, na Odeon. No ano seguinte, o choro "Mais devagar coração", com Mário Rossi, foi lançado na Odeon por Odete Amaral, e a marcha-rancho "Vou partir", também com Mário Rossi, foi gravada por Gilberto Alves na Odeon.

Em 1945, seu samba "Tentação", com Mário Rossi, foi gravado na Victor por Cyro Monteiro. Ainda nesse ano e também na gravadora Victor, Carlos Galhardo gravou o samba "Cidade romance", Gilberto Alves a marcha "Menina moça", e Cyro Monteiro o samba "Quem é que não quer?", as três com Mário Rossi. Em 1946, o lundu "Benguelê", parceria com Pixinguinha, foi lançado pelo grupo vocal Anjos do Inferno, o samba "A alma do tutu", com Jorge Faraj e Roberto Roberti foi gravado por Nelson Gonçalves, e o samba "Agora sim", com Mário Rossi foi registrado por Isaura Garcia, os três na Victor. Nesse ano, o samba "Antes nunca te visse", com Mário Rossi foi lançado por Emilinha Borba na Continental, e o samba "Agora sim", com Mário Rossi, foi gravado na RCA Victor por Isaura Garcia.

Em 1947, fez com João da Bahiana o samba-jongo "Mana Diodé", gravado por Jorge Veiga na Continental. No ano seguinte, a marcha "Cabelo branco", com Sátiro de Melo, foi lançada por Rubens Peniche na Continental. Na década de 1950, costumava reunir-se em rodas de samba no bairro de Ramos com artistas como Pixinguinha, Cartola, Benedito Lacerda, João da Baiana, Honório Guarda, e Marçal. Em 1950, o lundu "Yaô", seu maior sucesso, parceria com Pixinguinha, foi regravado na RCA Victor por Pixinguinha. Dois anos depois, Blecaute gravou o samba "Calvário do amor", parceria com Jorge de Castro. Em 1952, Jorge Veiga gravou na Continental o samba "Nem queira saber", com Rogério Nascimento. Em 1953, o samba "Sétimo céu", com Roberto Martins, foi gravado por Carmélia Alves na Continental. Teve duas macumbas gravadas pelo Trio de Ouro em 1954 na RCA Victor: "Quem tá de ronda", com Príncipe Pretinho, e "Mironga de moça branca", que fez razoável sucesso. Em 1955, teve o samba "Adeus morena", gravado por Pixinguinha no LP "Carnaval da velha guarda" lançado pela Sinter. Em 1960, o samba "O sorriso do Paulinho", com Mário Rossi, foi regravado por Isaura Garcia no LP "Saudade querida" na Odeon. Em 1976, no LP "Nua & crua ao vivo" lançado por Isaura Garcia pela EMI-Odeon, teve novamente regravado o samba "O sorriso do Paulinho", com Mário Rossi. Dois anos depois, João de Aguinho regravou "Yaô" no LP "Terreiro grande" lançado por ele pela Epic/CBS. Ainda nos anos 1960, Clementina de Jesus regravou, com sucesso, o lundu "Benguelê", transformado num dos seus prefixos musicais.

Em 1989, no LP "Orquestra Brasília - O maior legado escrito de Pixinguinha", lançado pela Kuarup, com interpretações de Henrique Cazes e Oscar Bolão, foi regravado o samba-jongo "Yaô", com Pixinguinha. Em 1994, seu samba-canção "Mais devagar, coração", com Mário Rossi, foi incluído no CD "Jornal de ontem - Orlando Silva e Odete Amaral", lançado pela Revivendo com gravações de Orlando Silva e Odete Amaral. Em 1996, suas composições "Benguelê" e "Festa de Nanã", com Pixinguinha, foram gravadas no CD "Orquestra Pixinguinha", lançado por Henrique Cazes pela Kuarup. Em 2002, teve três composições inéditas com Pixinguinha gravadas no CD "As inéditas de Pixinguinha, lançado na Sony Music pelo grupo Água de Moringa: "No terreiro de Alibibi", "Kalú" e "Maria Conga". Em 2005, "Yaô" foi regravada no CD "Festa no meu coração" lançado pelo sambista Dudu Nobre.

Foi parceiro de importantes nomes da música popular brasileira como Benedito Lacerda, Mário Rossi e Pixinguinha. Teve mais de 50 composições gravadas por nomes como Isaura Garcia, Carmélia Alves, Francisco Alves, Carlos Galhardo, Gilberto Alves, Trio de Ouro, Quatro Ases e Um Coringa, Patrício Teixeira, Pixinguinha e Blecaute.