Sempre me lembro das cantigas de minha mãe entrando pela janela enquanto ela cuidadva da roupa de dez filhoes lá fora. Cantava por horas a fio.
E pensar que certas máquinas modernas não existiam ali para facilitar sua vida...
Já eu pude fazer uso da tecnologia pra finalizar a versão da Sarabande da Partita BWV 1002 de J.S.Bach, originalmente para violino solo, e perceber o quanto soava contrita, religiosa e meditativa.
Resolvera-me por gravar essa música sozinho e empreguei outros timbres nela (violão, bandolim, teclado e voz) ao passo que o violino ia ficando de fora. Sobrepus as vozes uma a uma.
Essa seria minha homenagem à mainha, a responsável pela parte religiosa da minha vida. Afinal, se cheguei a crer, e sei que cri, foi por acompanhá-la aos cultos dominicais.
Pra "emoldurar" a música escolhi um vídeo famoso que circula pelo youtube: "women in art", de Philip Scott Johnson: a mulher na história da arte ocidental. Achei genial e o adotei.
Sabemos como, ao longo da vida, a nossa capacidade de crer pode perder sua força vital. Porém, nossas lembraças daquelas pessoas dotadas de fé e amor são indeléveis.
In memoriam - Joana Marinho de Santana.