Em 2004 fiquei dois meses na Holanda fazendo música instrumental brasileira. Assim
que cheguei ali comecei a procurar algum grande violinista para me orientar, já que
até então eu era autodidata.
De tanto procurar encontrei o concertista internacional e maestro de Roterdam, Josef
Schebal. Ele me ouviu tocar o concerto para violino de Tchaicovsky e disse: “você
interpretou de uma forma pessoal. Me lembrou o gingado do futebol brasileiro”.
Depois de me presentear com um arco e de falar dos cerca de 80 violinos herdados
de seu luthier, Schebal se mostrou interessado pelo projeto guri, no qual eu dera
aulas, me fez uma carta de recomendação e aconselhou: “toque a música do seu
coração, de suas origens”.
Como eu já pensava em “bagunçar” a música européia feita para violino, depois
desse encontro ficou ainda mais forte minha vontade de levar Bach à BA.