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O Resto É Nada Mais (o Sonho de Um Visconde)

Fresno

Eu sonhei que o mar me engolia, me tirava o ar
Experimentei uma paz
De ver que eu não iria mais voltar
Eu vi que o céu é só mais uma ilusão
Escrevi num papel, pra me lembrar ao fim do furacão

Precisei voar pra bem longe só pra ver
Serei sempre eu, as palavras
E o resto é nada mais
Serei sempre eu, as memórias
E o resto é nada mais

Eu tentei pintar na minha cara um sorriso igual
Aquele que, eu sei, está lá
Num grão de areia entre as Mostardas e o Pinhal
Eu vi que o céu me atrai bem mais que o chão
Mas é tão cruel contemplar sozinho a imensidão
Queria alguém pro universo observar

Seríamos eu, você, e o resto é nada mais

Queria, por um dia, conseguir mudar
Deixar de ser errante, por um dia, não andar
Eu tenho uma ferida de cada lugar
Em que deixei guardada a solidão
E é por isso que eu digo que eu não sei lidar
É muito mais do que meu peito pode suportar
Não quero sonhos com hora marcada pra acabar
Prefiro essas histórias imperfeitas pra contar

Será que há alguém pra me ouvir e me fazer mudar?
Será que há alguém por aí?

Composição: Lucas Silveira





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