É tão amargo ter
A noção exata do tempo que perdemos
(na distância e na mudez)
Desperdiçamos nossas vidas
No tempo progressivo dessa solidão
E sem presente, nem futuro,
Meu sentimento insiste
Em ainda querer mais do mesmo
E nisso a mendicância persegue a saudade
Invadindo a lembrança
Querendo sobras do que não restou
A esperança ilumina, distrai...
Se mistura com a fé
Se fundindo na mentira e me engana
E fico esperando inutilmente na realidade uma ilusão
Depois disso é inevitável não perceber
Que nos perdemos um do outro
De nos mesmos
Enfim de tudo
E o choro não passa de um estado anterior pra meditação.