×

Biografia de Francisco Matoso

Francisco de Queirós Mattoso
8/4/1913 Petrópolis, RJ
18/12/1941 Rio de Janeiro, RJ
Dados Artísticos

Autor, entre tantos sucessos, de três grandes clássicos da música popular brasileira: as valsas "Eu sonhei que tu estavas tão linda", com Lamartine Babo, e "Boa noite, amor" e a marchinha de carnaval "Pegando fogo". Teve como mais assíduo parceiro o também pianista José Maria de Abreu com quem compôs mais de 30 músicas. No início da década de 1930, já costumava rondar os corredores das emissoras de rádio da época. Em 1933, conheceu Noel Rosa por intermédio do Dr. Cid Pacheco. Compuseram no mesmo ano o samba "Esquina da vida", gravado por Mário Reis com o acompanhamento do piano de Nonô na Columbia e "Vai pra casa depressa (conhecida também como "Cara ou coroa")", que ficou inédita por muitos anos, só sendo gravada em 1963 por Marília Batista em LP pela Nilser.

Em 1934 compôs com Oldemar Gomes Pereira o samba "Eu me lembro de você", lançado pelo Bando da Lua no ano seguinte. Em 1935, teve a marcha "Tão boa", parceria com Nonô gravada por Jaime Vogeler e a marcha "Em primeira edição" por Aurora Miranda, ambas na Odeon. No mesmo ano, os sambas "Eu jurei", parceria com José Maria de Abreu e Barros de Souza foi gravado por Gastão Formenti e "Abandona o preconceito", com Maércio de Azevedo e "Eu me lembro de você", parceria com Mazinho, pelo Bando da Lua, todos na Victor. Também no mesmo ano, o samba canção "Perto do céu", parceria com Nonô a valsa "Velho amor", parceria com José Maria de Abreu foram gravadas por Silvinha Melo e o fox trote "Hei de ver-te um dia", parceria com J. Cabral e Freire Jr. foi registrado por Francisco Alves todos na Victor.

Em 1936, teve gravadas as marchas "Esquina do pecado" por Almirante e Lamartine Babo e "São João há de sorrir", parceria com José Maria de Abreu, por Zezé Fonseca, ambas na Victor. No mesmo ano, Gastão Formenti gravou a canção "Vingança" e a valsa "Recolhimento" e Orlando Silva o samba canção "Fui feliz" e a canção "Cancioneiro", todas parcerias com José Maria de Abreu. Ainda no mesmo ano, Francisco Alves gravou um de seus maiores sucessos, a valsa "Boa noite amor", parceria com José Maria de Abreu. Esta composição marcou a vida do cantor e foi prefixo de suas apresentações radiofônicas durante muitos anos. Esta valsa teve também uma versão em inglês assinada por Maria C. Rego. Em 1937, Gastão Formenti gravou na Odeon a canção "Minha vida tão bonita!" e "A valsa da saudade", esta última, parceria com José Maria de Abreu. No mesmo ano e na mesma gravadora Aurora Miranda gravou a marcha "Onde está o dinheiro?", parceria com José Maria de Abreu e Paulo Barbosa e o samba "Estou cansada de sofrer", parceria com José Maria de Abreu. Também em 1937, Orlando Silva gravou com grande sucesso na Vitor o samba canção "Solidão" e a valsa "Horas iguais", parcerias com José Maria de Abreu.

Em 1938, Almirante gravou a marcha "Maria Barafunda", parceria com José Maria de Abreu. No mesmo ano, Francisco Alves gravou mais quatro de suas parcerias com José Maria de Abreu: as valsas "Sevilhana" e "Barcarola", a canção "Napolitana" e o fox-canção "Ainda uma vez", um dos destaques do ano. Também no mesmo ano, de sua parceria com Nonô a valsa "Jardim de flores raras", foi gravada por Roberto Paiva e suas valsas "Noite sem luar" e "Dois corações em tempo de valsa", com José Maria de Abreu, foram registradas por Carlos Galhardo na Victor. Foi também nesse mesmo ano que o Bando da Lua fez sucesso com sua marcha "Pegando fogo". Em 1939, seu choro "Boa vizinha", parceria com Nonô, foi gravado por Almirante.

Em 1940, Almirante gravou seu samba "Golpe errado" e Francisco Alves a valsa "Se o nosso amor ainda existisse", parceria com José Maria de Abreu. Em 1941, teve o fox-canção "Sombras ao luar", parceria com José Maria de Abreu, gravado por Carlos Galhardo na Victor. No mesmo ano, com a saúde já debilitada, mostrou ao amigo Lamartine Babo sua última composição ao piano, uma valsa lenta. Lamartine encantado com a melodia, prontamente escreveu uma letra romântica, modificando algumas notas apenas. Tinha a pretensão de incluí-la numa opereta intitulada "Viva o amor", que ficou inacabada. Em outubro do mesmo ano, Francisco Alves lançou "Eu sonhei que tu estavas tão linda" na Odeon, gravação que o compositor ainda chegou a ouvir. Faleceu logo depois, antes de vê-la tornar-se um dos grandes sucessos daquele ano e um dos grandes clássicos da música brasileira, que já recebeu inúmeras regravações. Em 1950, Francisco Alves regravou a valsa "Boa noite amor". Dois anos mais tarde, o cantor a interpretou pela última vez num programa radiofônio realizado em São Paulo, uma vez que faleceria logo depois.

Em 1980, a cantora Gal Costa regravou com grande sucesso sua marcha "Pegando fogo". Em 1981, as valsas "Eu sonhei que tu estavas tão linda", com Lamartine Babo, e "Boa noite amor", ccom José Maria de Abreu, foram regravadas por Gilberto Alves no LP "O fino da seresta volume 2".