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Franqueza Rude

Francisco Alves

Meu amor se tu queres saber

Qual a razão deste meu padecer

Porque motivo me ausento de ti

Ó, vem escutar-me aqui,

Não é medo meu bem, qual o que,

Eu já te digo qual a razão

Pois que eu tenho paixão por você

Dou sempre o fora na melhor ocasião.

Tens um pai que é de temer,

O que me faz sofrer

Perder tanto a fé

Pois se já sabes como é

Se ele descobre que eu vou lá

Tenho mesmo que fugir,

Pois não dou para o fubá.

Tua mãe, ai Jesus, não sei mais,

Que lhe dizer meu amor, de teus pais,

Tu tens por mãe uma velha feroz,

Que do inferno caiu entre nós,

É perversa, é cruel, é um azar,

E não me dá uma folga sequer,

Coisa pior não se pode encontrar,

É obra-prima, magistral, de Lúcifer.

Quando em noite de luar

Tu fores formosa ao fundo do jardim,

Vê se te lembras de mim,

Quando eu pulava esse quintal

Eu ficaria frio e sério,

E seu pai neste portal.

Teus maninhos, me pedem tostões,

Sujam-me a roupa e arrancam meus botões,

Mas tu não sabes que é natural

Eu bem sei que não é por mal

Mas não posso, a despesa é demais,

Cair no Mangue é melhor, minha flor,

Crio alma nova e tu ficas em paz

Saúde e fica, se deseja o meu amor...






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