Sou pequeno feito conta
Bem menor que grão de milho
Minha terra é minha infância
Onde estou é meu exílio.
A manhã sempre madruga
Quando o corpo ainda descansa
Esquecido do seu sono
Claridade muito branca.
A preguiça não faltava
Nem sobrava esperança
Pela tarde escurecia
Vendaval de passo preto.
Nem um vento extraviado
Vem turvar o arvoredo
Nem um susto ou desejo
Me passava tanto medo.
A noitinha vinha vindo
Pelas asas dos morcegos
Uma dor se acomodava
Nas profundas do meu peito.
Não sabia que a saudade
Era triste desse jeito.