Na cama vazia na cadeira do quintal
Na sala de aula ou num trabalho tão normal
É quando olho pro lado e para o outro sem saber,
Que direção seguir aonde eu cheguei
Quero voltar atrás pra não me perder no caminho,
Tantos mares naveguei que nem sei mas o que eu sei
Amigos tão distantes em outros horizontes,
Um sozinho acompanhado ao sol noite e neon
Eu sinto um sorriso, eu vejo suas palavras,
Tateio o seu cheiro q se esconde no vazio do universo
A mesma pedra no caminho, nos pés calo e espinho,
Uma conspiração extingue minha razão
Telefone que não toca, tv sem filme quente,
Não acho meu jornal em nenhuma rede social
Carro sem gasolina, humor negro que me anima
Valores invertidos, lindas donzelas em perigo
O pai nosso está no céu, aqui quem manda é o papel
A memória inserida só te deixa mais cruel
Apocalipse social e você acha tão legal
Que ninguém mais se respeita nessa guerra magistral
Não protesto contra os donos dos meios de comunicação
Não protesto contra os usa ou contra a corrupção
Não protesto contra o fanatismo religioso e seu poder de destruição
Eu protesto contra a massa
O povo que do cume de nossa ignorância
Torna tudo isso possível
Somos nós que só enxergamos o que queremos ver
E do que queremos ver não enxergamos
Um palmo diante do nariz.
Composição: Flávio Zé Pêlin