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Cria De Soledade

Flávio Mattes

Hoje bem cedo tomando meu chimarrão
Fazer uns versos pra você tive vontade
Larguei a cuia e peguei meu violão
E me bateu no peito foi uma grande saudade
Me lembrei das grande noitadas regionalista
Do para Pedro, cervejada e cantoria
A onde tinha um desfile de artistas
Que só findava quando clareava o dia

E foi assim o começo, meu amigo,
Que foi crescendo a nossa grande amizade
E é por isso que pra todo mundo eu digo
Que você é um amigo de verdade.
Para fazer as proezas que tu fazia
Só poderia ser cria de Soledade

Anoitecia e a gente se encontrava
Lá no Bernardo sempre era o começo
Eu e você era os primeiros que chegava
Voce mandava sem saber o preço
Depois dali pro para Pedro a gente ía
E os violeiros já tavam quase de porre
E la num canto do barzinho tu dizia
Pode beber que o Soledade te socorre.

Mas hoje em dia já tá tudo diferente
Aquele tempo não vai voltar nunca mais
Fica a lembrança dentro do peito da gente
De tudo aquilo que foi ficando pra trás
A nossa vida é assim mesmo passageira
E foi por isso que esses versos eu escrevi
E entre tanto que ajudaste na carreira
Somente eu não deixei de cantar pra ti.






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