Flavio Mattes
Batidão
Cantar, tocar, viajar sempre foi a minha sina
Um dia no interior lá de santa Catarina
Meu carro parou na estrada por falta de gasolina
E posto pra'quelas bandas não tem em qualquer esquina
O jeito foi ir a pé e la no alto da colina
Eu fui me aproximando de uma casa pequenina.
Bati palmas no portão e o dono me recebeu
Eu fui logo me explicando o que me aconteceu
Nem mesmo me perguntou, meu nome, quem era eu
Só disse vai entrando e um café me ofereceu.
Nessa hora relampiou e o céu todo escureceu
E toda agua do mundo naquela instante desceu.
Ele disse seu moça agora a coisa complica
Quando chove pra esses lados alagado tudo fica
Parece um mar aberto aqui tudo se modifica
Usamos agua da chuva nem pé preciso ir na bica
A casa é de gente pobre, nada tem de gente rica
Mas não vai dormir na rua, voce dorme coma Bibica.
Eu não falei, mas pensei que gente da idéia fraca
Eu não vou drmir com porca, nem com ovelha, nem com vaca
Disse o senhor me desculpe, ja que estou na cacaca
Vou drmir lá no paiol, palha de milho me tapa
Noutro dia o velhinho me apresentou uma polaca
Que disse eu sou a Bibica, respondi, sou o Babaca.