Fito Cabrales, cantor dos “Platero y tú”, fundou por volta de 1998 um grupo denominado Fito y Fitipalds, com a intenção de presentear-nos com temas um pouco afastados do estilo rock&roll que estávamos acostumados em Platero.
Este projeto conseguiu, com a publicação de “A puerta cerrada” um disco do qual se fabricaram 10.000 cópias e que na atualidade são vendidas 40.000 unidades, o que sem dúvida foi uma grande surpresa para todos, principalmente quando os Fitipalds se concebiam como uma banda sem mais pretensões que dar saída a todas essas canções “desconexas” de Fito.
“Los sueños locos” segue o estilo de “A puerta cerrada” com 10 canções nas quais se misturam estilos muito diferentes: soul, blues, swing, flamenco, tex-mex, guitarras hawaianas... Igualmente ao seu disco inicial, que incluía uma versão de Enrique Urquijo (“Quiero beber hasta perder el control”), nesta nova entrega de Fito y Fitipalds nos deparamos com um clássico do rock em espanhol: “Mientras tanto”, canção dos venerados Leño gravada para esta ocasião pelo mesmíssimo Rosendo Mercado (voz e guitarra).
A outra versão é “Para toda la vida”, uma jóia que popularizou Flaco Jiménez e que nesta adaptação contou com a colaboração de Sara Iñiguez e Carlos Tarque (M-Clan) nos coros. Fechando o capítulo de colaborações, podemos escutar a voz de Roberto Iniesta em “Ni negro ni blanco”, sem dúvida a canção mais “rockanrolera” do disco. “A la luna se le ve el ombligo”, primeira faixa do disco, é uma belíssima canção de amor e crítica social com um final em estilo apoteótico. O vídeo-clip foi uma surpresa, pois foi realizado por animação, com marionetes e um excelente trabalho de pós-produção. Este vídeo foi incluído como adicional no disco.
O segundo, o singelo “Perro viejo”, é uma balada no estilo de “Rojitas las orejas”, com um precioso solo de saxofone. Também encontramos dois temas instrumentais: “Sevilla de Bilbao”, curioso título que mistura a guitarra flamenca com o rock e “Alegria”, blues de Memphis ao natural.
Fito y Fitipaldis têm em sua formação Adolfo “Fito” Cabrales na voz e guitarra, Batizen guitarra e slide, Roberto Domínguez no baixo e J. Ignacio Cantera na bateria.