O beat vem do cajón, o bonde leva na palma
Sopra a gaita, larga o dedo no violão
É nós, amálgama
Nada é em vão, fazer um som com os irmão
É só uma questão de alma
Dropa no pulmão, não tem microfone, acorda
Cara feia é fome, otário não joga
Toda terça tem rima, tô na Farani, infame
Atrás do prédio argentina, cola!
Somos poucos, raros, fodas, loucos, falhos
Somos do caralho, são várias rodas
São Cristóvão, copa, lapa, se tu quer, vem
Saiba que sonhos não envelhecem
Muita calma irmão, muita calma
A cena está no ar, chegou, veio pra ficar
E quanto menos eles nos ouvirem
Muito mais e melhor nós vamos cantar!
A geração da harmonia sincera
Sem afeição à velha competição
À regra, somo exceção
Artéria pulsando o dom, bactéria que invade a matéria através do som
Muito além da visão, nem fala em divisão
Convicção vem na convocação
Sem vocação pra média, é de coração
Perde a ilusão de que "não virou", nós que temos as rédeas
Quem se identificou, quando sentiu, ficou, curtiu, multiplicou
Quem resistiu, pensou e uniu
Na multidão, minha gangue, sangue do meu sangue
Envolvido nesse bang igual caranguejo no mangue
É por amor, por nós, nosso valor
Seja onde for, o bonde solta a voz:
É nós por nós!
Circuito carioca de ritmo e poesia
É nós por nós!