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Que O Mundo É Meu

Filipa Pais

Quero um cavalo de várias cores,
Quero-o depressa, que vou partir.
Esperam-me prados com tantas flores,
Que só cavalos de várias cores
Podem servir.

Quero que as rédeas façam prodígios;
Voa, cavalo, galopa mais,
Trepa as camadas do céu sem fundo,
Rumo àquele ponto, exterior ao mundo,
Para onde tendem as catedrais.

Quero uma sela feita de restos
Dalguma nuvem que ande no céu.
Quero-a evasiva – nimbos e cerros –
Sobre os valados, sobre os aterros,
Que o mundo é meu.

Quero que as rédeas façam prodígios;
Voa, cavalo, galopa mais,
Trepa as camadas do céu sem fundo,
Rumo àquele ponto exterior ao mundo,
Para onde tendem as catedrais.

Deixem que eu parta agora já,
Antes que murchem todas as flores.
Tenho a loucura, sei o caminho,
Mas como posso partir sozinha
Sem um cavalo de várias cores?

Quero uma sela feita de restos
Dalguma nuvem que ande no céu.
Quero-a evasiva – nimbos e cerros –
Sobre os valados, sobre os aterros,
Que o mundo é meu, que o mundo é meu.

Composição: Reinaldo Ferreira





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