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Aqui

Fernando Maurício

Aqui, em cada fado, há uma flor
No canteiro da alma de quem canta
Aqui, cada guitarra embala a dôr
Quando á noite, a saudade se levanta

Aqui, cada poema é gota de água
Que ás vezes, mata a sede á solidão
Aqui, cada cigarro engana a mágoa
E perfuma, a tristeza de ilusão

Aqui, toda a distãncia do passado
Senta-se á minha mesa de mansinho
Aqui, as minhas veias bebem fado
Que nasce, em cada canjirão de vinho

Aqui, sinto a coragem de ser eu
Ao rir do meu passado fatalista
Cantando com a voz que Deus me deu
Aqui, de corpo e alma, sou fadista






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