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Quase Desatento

Fernanda Takai

Ele fitou fixamente o infinito
E nunca mais voltou
Nem reconhecia a própria sombra
Maravilhosamente só ficou

Às vezes há um universo
Às vezes há um novo chão
Uma esperança do que não se deu
Uma lembrança do que nem nasceu

Que este amor, se culpado
Por não aderir o movimento
Por andar só sem ninguém ao lado
Sem palavra de ordem
Ao sabor dos ventos

Será preciso se engajar no amor
Sentir saudade, alguma dor
Cometer até maldade
Fingir, mentir, matar alguma cor

Mas se ele contribuía mais assim
Pras respostas do mundo e outros fins
Porque teria que estar presente
Se tudo clareava quando estava ausente

Confessou-se culpado
E não aderiu ao movimento
Seguiu só sem ninguém ao lado
Sem palavra de ordem
Quase desatento

Confessou-se culpado
E não aderiu ao movimento
Seguiu só sem ninguém ao lado
Sem palavra de ordem
Quase desatento

Composição: Marina Correia Lima, Fernanda Takai, Climerio de Sousa Ferreira





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