Fado mouraria
Um fidalgo dos antigos
Convidou-me pra cear
Trouxe consigo uns amigos
E pediu-me p’ra cantar
Fado Seixal
Depois da porta fechada
Fiz sinal ao guitarrista
E de forma afadistada
Até alta madrugada
Mostrei-lhe o que é ser fadista
Marcha do marceneiro
Cantei tão bem o corrido
Que o fidalgo destemido
Ouvindo cantar assim
Tirou a velha samarra
Depois pegou na guitarra
E quis cantar para mim
Fado Alberto
À modesta parede se encostou
E num sentir que a todos comoveu
A sua voz cansada me contou
Belezas dum passado que viveu
Alexandrino do Joaquim Campos
E foi desde esse dia que eu fiquei a saber
Que o fado não é só canção dum desgraçado
É um triste lamento que todos podem ter
Que traduzido em verso se transforma num fado