Ardia noite clara, farta, quando ele partiu
Foi tão só pela madrugada, estrada fora aberta, sem
dizer adeus
Caminhou sereno, pequeno viu o mar
Estranhou o ameno lampião,
Estranhas formas ao luar...
Menino fujão, êêê, menino fujão, êêê
Chinelo de dedo, boca suspira ele via o mar
Espantado o medo de molhar o pé no sal
No verde escuro céu azul anil
Desconfiado veio na onde degustar
De levinho tocou com o polegar, molhada grande
escuridão...
Menino fujão, êêê, menino fujão, êêê
Cadê sua mãe, cadê o seu pai?
Que idade você tem?
Tão criança, mal sabe a lambança
Que está à solta por aí
São bichos morrendo
Seres a matar, solidão buraco no ar...
Quem sabe ainda o que você vai ser?
Será um estorvo, será homem bom, será mundo
novo que está o menino fujão?