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Arteiro

Felixbravo

Eu escrevo minhas frases sem ter bem noção
Se aquilo que eu faço
É esboço, cansaço, resquício, mistério inocente
Ou arte vulgar

Atiro em papel e verbo um voco menção
Ao espírito cético,
Bélico, fétido, lépido, clérigo
De quem me escutar

E no intuito do avesso a mensagem se faz
Passando por mitos,
Ritos, fitos gritos, vícios sitos
Na cidade ilusão

O ouvinte atento se esbalda ao saber que a canção
É feita no peito,
Jeito, pleito, leito com um cesto
De nós tropicais

Quem descreve o redor não pode esperar
Pra ver ecoar aquilo em que crê
Se o artista quiser ele pode contar
Sua dor em seu verso pro público ler

Eu esculpo a paixão no meneio de um vento qualquer
Que me passa ao acaso,
Raro, caso brinde de um segundo
Que o improviso me deu

Se a arte é som no ouvido evocando ao teu céu
Esse sim é o ensejo,
Beijo de um desejo que eu criei
Pra quem me quiser

Quem ousar se mostrar sabe que vem
Rajada de bem, rajada de mal
O artista só quer mostrar o que tem
Dentro de si pra conceber um novo real








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