Eu comparo a mulher
À uma felina em ação
De movimentos sutis
Malvadeza na feição
Tão malvada de perversa
Mais perversa na doçura
Não é todo mal que não presta
Existe o bem que tortura
Mulher engabela a gente
Mostrando dengo na voz
Num beijo doce e ardente
Amansa qualquer feroz
É gume de arma branca
Que nos retalha e cura
Carrega a chave e nos tranca
Lacrando a fechadura
A mulher meu amigo
É uma pantera espreita
Mata a fome no perigo
Se farta e depois rejeita
Não falo contra seu jeito
E do que vejo e sinto
Porque aqui no meu peito
Uma fez um labirinto
Onde quase não achava
Portas que dessem saída
Sofri, mas ainda acho
Que a coisa melhor da vida
Se Deus um dia inventou
Algo mais doce e profundo
Tem sete chaves trancando
Não é desse, é de outro mundo