Como uma represa
Uma sólida represa de concreto
Com uma certeza
A inabalável certeza do previsto
Reprimo minha alma
Tudo que em mim que for fraqueza ou inconstância
Represo minha água
O medo, a raiva, a tristeza
E quem me encontra se assusta
Presença tão firme e segura, tranquila
Indiferente
Desconhece a vertente que vive escondida
Desesperada, procurando desaguar
E assim vou enfrentando
Toda loucura de ainda não me conhecer
Minhas revoltas, meus fracassos, minhas dúvidas
As ventanias, o sol quente, os temporais
Mais vale viver
Pela luta da correnteza
Mais vale viver
Contra o maciço da represa