Nos caminhos do não sei
Tantos anos naveguei
No mar
E pisei vagas e areias
Vi mulheres, vi sereias
Ninguém bela como tu
Nos meus olhos podes ver
Negras noites
Que passei no mar
Mas também vês a claridade
Continentes de saudade
Onde sempre te busquei
E onda a bater
E sol a queimar
E vela a gemer
E leme a girar
E vento soprando
Soprando, sem parar
E reinos de sal
E portos de horror
E ilhas do mal
E gritos de dor
E vento soprando
Vergando, sem amor
No teu ventre pernoitei
Marinheiro despertei no mar
Mas quanto mais
Me fiz distante
Mais queria a todo instante
A teu corpo regressar
Pelas vergas marinhei
Sobre os mastros
Devassei o mar
E não deixei um só momento
De buscar no firmamento
Meu caminho de voltar