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Na Estancia do Sossego

Fabricio e Adryano

Diz o Lalinho pro Olavo na cozinha:
- Toca a tropilha do potreiro do açude
E grita o Lúcio pro Beto lá na mangueira:
Levamo os poncho, facilita o tempo mude

Um galo corta o silêncio da madrugada,
A lua nova vem mangueando a escuridão,
A cavalhada chega quieta na mangueira
Vapor de lombo se mistura à cerração

Levo a cabresto este meu baio cabos-negros,
Um companheiro de trabalho e de anarquia,
Groseio os cascos amolecidos de sereno
Enquanto a D'Alva reponta a barras do dia

O “nego” Olavo sai falando nas mimosa,
Tapeando a cara de um mouro bruto de freio
E grita o Beto pra baia marca virada
Afrouxa o lombo que o mango te parte ao meio

É no rodeio do Sinuelo que eu sou gente,
Abro meu baio pro lado oposto da trança
Um touro berra laçado na meia cara
Garreia o bruto tio Lalo que ele se amansa

No fim do dia de volta a hora do mate
De causo e risos que um campeiro não se entrega
Sem nos dar conta resgatamos nossa essência
Enquanto a lua vai nascendo atrás das pedras

Estância velha, Sossego, rincão das Palmas
És rumo e norte onde encontro guarita
Herança bruta timbrada a casco de potro,
Lida gaúcha que da força as nossas vidas.






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