O tempo passa tão breve,
Quase como um sonho leve,
Fugindo sempre veloz.
Sem nunca ter sintonia,
Sua profunda ironia,
Faz calar a nossa voz.
E marca de solidão,
A quem viveu e que não,
Da vida tomou partido…
Que o tempo deixou passar,
Sem sequer realizar,
Que viveu sem ter vivido !...
Sempre a correr apressado,
Nunca quis ter desvendado,
O lugar onde se esconde !…
Não revela os seus segredos
E escorrega-nos dos dedos,
Fugindo não sei p'ra onde…
Tempo ingrato e sem idade,
De eterna fugacidade,
Agitado e pertinaz,
Tudo em nada desvanece
E lesto desaparece,
Sem sequer olhar p'ra trás !…
Composição: Euclides Cavaco