Eu corto um charque a capricho
Pego a panela campeira
Sempre tenho carne buena
E o arroz lá da fronteira
Atiço o fogo de chão
Que a trempe ta preparada
Eu deixo o charque fritando
Enquanto eu vou na aguada
Logo volto da vertente
Trazendo a agua mais pura
Meto a cambona no fogo
Até o ponto da fervura
Boto o arroz na panela
Que a tempo foi escolhido
Depois de uma meia hora
Devidamente escorrido
Boto tres colher de banha
Que é pra não grudar no fundo
Segredo que eu aprendi
Pelos galpões deste mundo
Dente de alho e cebola
Sempre ajudam no tempero
Meto agua e sal a gosto
E vou calmando o braseiro
Não passa vinte minuto
Ja ta pronto o carreteiro
"É só provar...é só provar...
Hoje vamo forrar o bucho
Chega a dar agua na boca
Um carreteiro gaúcho"
É comida de panela
Mais usada no rincão
Come rico e come pobre
Como manda a tradição
Se feito por mão de prenda
É a melhor combinação
Fica com gosto de amor
Temperando o coração