Guardo as lembranças bonitas
Pras horas tranquilas do meu chimarrão
E fico assim pensativo
Proseando com a alma, ponteando um violão...
Uma milonga das buenas
Me surge serena buscando a emoção
Chega pedindo uma vaga
E se aquece nas brasas do fogo de chão
Nessa vivência campeira
Minha alma estradeira encilha o lobuno
Bota cabresto na mágoa
E aparta as tristezas pro campo do fundo
Aperto bem os arreios
E no mas sem floreio me solto no mundo
Ando nas voltas do pago
Cansando o cavalo campeando meu rumo
Vivo na sul da querência
Buscando a essencia do verso campeiro
Firmando o braço na lida
Tocando a esperança que vem de sinuelo
Trago um Rio Grande gaúcho
Guardando no peito o valor que ele tem
E uma saudade sentida
De todas as coisas que eu quero tão bem
"Toco meu sonhos por diante
Buscando horizonte
Onde quero chegar
Sigo num trote marcado
E bem a cavalo
Sem medo de andar"