Logo que chega a crescente
O oficial competente
Vai se enchendo de alegria
Ceva uma mate topetudo
E espera os melenudos
Pra afeitar a freguesia
Num estilo bem vaqueano
Vai recebendo os paisanos
Na porta da barbearia
O corte é sempre igual
Pois cabeça de bagual
Não precisa de vaidade
Usa “o meio cabeleira”*
Que agrada as estancieiras
E as moças da cidade
O barbeiro seu Lautério
Por ser um gaúcho sério
Se desdobra como pode...
Barbeando o Dr. Assis
Cortou a ponta do nariz
Pra emparelhar o bigode
"Barbearia de campanha
Marca antiga e tradição
O serviço é macanudo
Ajeitando os tabacudo
Para os bailes do rincão"
A navalha cortadeira
Chega juntar varejeira
De tanto sangue coalhado
Aparando as costeletas
Deu um taio na bochecha
Do filho do delegado
Por isso não se assustemo!
...é bom pra sair o veneno!
...volte sempre! Obrigado...
“Vendo couro e vendo lã”
“Fiado é só amanhã”
Assinado: a gerência...
A plaqueta no espelho
Pendurada junto ao relho
Agradece a preferência
Nunca falta um guaipeca
E um vadio lambendo “séca”
Até a hora de fechar...
Depois de passar a vassoura
Da uma afiada na tesoura
Pra a amanhã recomeçar