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Chuá-chuá

Eduardo Araújo

Deixa a cidade formosa morena
Linda pequena e volta ao sertão
Beber a água da fonte que canta
Que se levanta do meio do chão.


Se tu nasceste cabocla cheirosa
Cheirando a rosa, no peito da terra
Volta pra vida serena da roça
Daquela palhoça no alto da serra.



E a fonte a cantar, chuá, chuá
E a água a correr, chuê, chuê
Parece que alguém, que cheio de mágoa
Deixasse quem há, de dizer a saudade
No meio das águas, rolando também.



A lua branca de luz prateada
Faz a jornada no alto do céu
Como se fosse uma sombra altaneira
Da cachoeira fazendo escarcéu.


Quando essa luz lá na altura distante
Loira ofegante, no poente cair
Dai essa trova que o pinho descerra
Que eu volto pra serra que eu quero partir

E a fonte a cantar, chuá, chuá
E a água a correr, chuê, chuê
Parece que alguém, que cheio de mágoa
Deixasse quem há, de dizer a saudade
No meio das águas, rolando também.

Composição: Pedro Sá Pereira e Ary Pavão





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