Olho p'ra o alto do monte
E vejo três cruzes que quadro cruel
Na do centro meu Mestre,
Padecendo dores, sofrendo açoites
Tal como um réu
Vejo e sinto em minh'alma
Uma dor tão forte sem tradução
Aquela cruz era minha
Mas Jesus sofria para dar-me o perdão
Ouço de longe os açoites
Rasgando a carne do Meu Salvador
Escuto o carrasco zombando
Tratando o meu Cristo como um mal feitor
Do céu se ouve um estrondo
E o sol por revolta então se apagou
Dos lábios do meu mestre
Se houve um murmúrio e assim expirou
Eu vi O Amor
As mãos daquele homem
Mãos manchadas de sangue
Mãos furadas por mim
E em cada espinho que em sua fronte furava
No meu ser eu chorava sentia a dor também